NO INICIO ERA O BARRO:
Mitos indígenas latinos americanos ligados ao
fazer artístico da cerâmica
RESUMO:
Esta pesquisa versa sobre algumas
mitologias indígenas latino-americanas que explicam a origem do barro e de
certos rituais ligados ao fazer artístico da cerâmica. Esses grupos,
organizados de modo a definir claramente os papéis dos homens e das mulheres,
determinados por suas diferenças fisiológicas, desconheciam os processos de
fertilidade - tanto da terra, quanto da mulher. Por este motivo, atribui-se às
mulheres poderes místicos e sagrados correlacionados à terra. Talvez seja esta
a explicação mais eloquente sobre a provável relação ritualística e mítica
entre a mulher e a cerâmica. E é por meio dos mitos e historias, em um processo
de educação não formal, que as sociedades se regularizam.
PALAVRAS-CHAVE:
Barro; ancestralidade; fazer artístico.
Uma das muitas maneiras de se conhecer e se
aprofundar na reconstituição da historia de nossa ancestralidade é por meio dos
artefatos cerâmicos, pois eles são um dos poucos substratos arqueológicos que
sobreviveram com o decorrer do tempo.
Montar o quebra-cabeça para identificar e explicar o modus vivendi dos nossos antepassados é
um dos desafios enfrentados pela arqueologia. Os substratos imateriais,
originários da tradição oral nas comunidades indígenas, fazem parte do domínio
da antropologia. Há de fato uma longa e fragmentada gênese indígena que acaba por
dificultar a construção de uma história mitológica na sua integra. Sob esta
ótica, é possível compararmos ambas as ações de pesquisa e construção
realizadas pelos que estudam a arqueologia e os que se enveredam pela área da
antropologia: o arqueólogo, ao juntar os fragmentos da cerâmica, pode
reconstruir, por exemplo, um recipiente se utilizando de materiais
contemporâneos para preencher as partes ausentes; já o antropólogo, junta os
fragmentos oriundos da cultura oral indígena para reconstituir as mitologias sob
o olhar contemporâneo, preenchendo de certo modo, as lacunas que envolvem as
histórias.
METODOLOGIA:
Neste artigo traremos de alguns dos mitos existentes
em certas culturas indígenas das Américas que relacionam a mulher ao fazer da
cerâmica[2].
Para desenvolvermos esta analise, teremos como fundamentação teórica os
escritos do antropólogo francês Claude Lévi-Strauss, especialmente na pesquisa de seu
livro “A Oleira Ciumenta”[3] , o livro da Profª Drª Lalada Dalglish “Noivas
da Seca: cerâmica popular do Vale do Jequitinhonha”[4] e o livro da
antropóloga e pesquisadora Betty Mindlin “Moqueca de Marido”[5] e parte da dissertação de mestrado da
autora[6],
no qual um capítulo é destinado a dissertar sobre os mitos que relacionam a matéria argilosa
com a mulher, em algumas comunidades tribais das Américas, assim como outras
pesquisas acadêmicas que versam sobre essa temática.
Certos mitos, que remetem às explicações sobre a
origem e a função da argila entre os humanos, mostram uma clara ligação com as
mulheres e seus afazeres dentro da comunidade indígena. Para os Jivaro[7],
por exemplo, a proximidade fonética das palavras mulher "nua" e
cerâmica "nui" faz uma conexão entre a mulher e a argila, pois para o
pensamento dos índios, o vaso de argila é uma mulher – é tarefa da mulher
fabricar e utilizar os recipientes cerâmicos, já que a terra, a argila, tem
alma de mulher. De um modo poético, o mito que explica a origem da cerâmica funde-se com o mito da criação,
pois em seu entendimento a abóboda celestial é, na verdade, uma grande tigela
de cerâmica azul. No mito da criação das espécies, onde o Sol e a Lua (feita de
barro) se relacionam e geram seres como o Preguiça, o Boto, o Pecari e a
Mandioca, dois ovos: um que se perde e o outro que nasce Mika, que além de ser
a padroeira da olaria, é o nome ritualístico dos grandes vasos cerâmicos em que
se coloca a chicha[8] a
ser consumida nas cerimônias. (LÉVI-STRAUSS, 1985, p.28)
Ao
redor da mitologia sobre a origem da cerâmica, também existiam rigorosos
métodos de retirada e preparo da argila, com muitas restrições e proibições,
como por exemplo, não ser permitido sua retirada em época de colheita ou quando
estivessem menstruadas. A
cerâmica era, portanto, uma atividade quase que restrita às mulheres, na
maioria das vezes de caráter sagrado, e envolta em uma série de especificidades
e cuidados. Na
aldeia dos Yurucare (que habitam o sopé dos Andes ao sul), as mulheres
escondiam-se em um local afastado para construir seu abrigo e celebrar seus
ritos com o barro, em um lugar de difícil acesso e que fosse protegido dos
trovões, não pronunciavam nenhuma palavra ou ruído, se comunicavam por meio de
gestos e mímicas, pois elas acreditavam piamente que qualquer ruído pudesse trincar
os potes durante a queima. Seus maridos deveriam se manter longe durante este
processo, caso contrário era certo a morte dos doentes da aldeia. Outro mito
que segue essa mesma linha de conduta é dos índios Waura da família linguística
arawak da região do Alto Xingu, onde uma serpente sobrenatural que possui
diferentes tipos de recipientes, habita um local onde há muita argila e, para
retirá-la, é preciso ter muita cautela e fazer de modo vagaroso e completamente
silencioso. (LÉVI-STRAUSS, 1985, p. 31, 32 e 34)
No
livro “Moqueca de Marido” da antropóloga Betty Mindlin,
que é resultado de uma vasta pesquisa sobre mitos indígenas brasileiros,
podemos encontrar um mito chamado “A mulher de barro” narrado por Etxowe
Etelvina Tupari[9] que
conta a historia de uma mulher que queria cozinhar a chicha de um modo especial
para seu marido, mas não tinha potes para fazê-lo. A mãe da moça para ajudá-la,
se oferece para se transformar em barro, usando seu corpo como pote para que a
bebida pudesse ser fermentada – o interessante neste mito é que as partes do
corpo da mulher usadas para sorver o liquido eram a vagina e o útero (a mulher deveria ser colocada de cabeça para
baixo e sempre ser abastecida de água, ou seja, não poderia secar para que o
calor do fogo não queimasse o coração). Depois de pronta a bebida, a moça
desemborcava a mãe que tornava a ter a forma humana novamente, tudo era feito
de modo secreto, pois ao marido não era permitido saber que aquilo que bebida
provinha da genitália de sua sogra (que mesmo limpa pela filha, obviamente,
esta situação se apresenta como uma questão de tabu com relação às questões
pertinentes ente um genro e uma sogra).
O marido da moça fica deliciado com a chicha, mas a amante do marido, por
ciúmes da situação, descobre como a mulher prepara a bebida e conta para ele. Este,
por sua vez, fica furioso quebra o pote de chicha, ou seja, transforma a mãe da
moça em pedacinhos que, toda em cacos, vai para o mato onde se transforma
definitivamente em barro. As outras mulheres da aldeia, ao descobrirem esta
situação, vão tirar o barro para produzirem os mais belos potes. A moça, agora
grávida, chora de saudades da mãe e se sente incapaz de fazer potes. Mais uma
vez sua mãe a ajuda, dizendo que só daria as cinzas de barro para as outras
moças e para a filha a mais linda cerâmica que já existiu. A moça então recebe
as cerâmicas da mãe (todas lindas e prontas) e as esconde no mato, para aos
poucos levar para aldeia, onde é cobiçada e invejada pelas outras mulheres.
(MINDLIN, 1997, p.119-121) Neste mito podemos ver claramente como a cerâmica
está envolta a regras e condutas sociais (relação entre marido/esposa,
homem/mulher, mãe/filha, genro/sogra, homem/amante), as questões de metamorfose
(gente/barro; barro/cerâmica), ritualísticas (mulher/pote/mulher: a cerâmica é
possuidora de poderes humanos e deve ser respeitada e cuidada como tal). (VIDAL,
2011, p. 108)
Lévi-Strauss, ainda no livro A Oleira Ciumenta, nos
conta que as mulheres da tribo Jivaro não deveriam apenas saber fazer cerâmica,
mas saber fazê-la de modo satisfatório: "Para merecer um marido bom
caçador, uma mulher tem de saber fabricar uma louça de qualidade, para cozinhar
e servir a caça. Mulheres incapazes de fazer cerâmica seriam, realmente,
criaturas malditas." (LÉVI-STRAUSS, 1985, p.33). Podemos perceber que a
relação entre os papeis masculinos e femininos são muito marcados em
comunicades indigenas de um modo geral, pois à mulher cabia o poder de gerar novos seres, cuidar,
alimentar e fazer a cerâmica - as mulheres eram as responsáveis pelo plantio e
colheita da lavoura, pela coleta, feitura e queima do barro, assim como pela
gestação e o cuidado para com os filhos. Aos homens cabiam todos os esforços
que exigissem a locomoção para fora da aldeia, seja a caça, a pesca, as lutas,
as armas e tudo o que despendesse da força física. A diferenciação física entre
homens e mulheres era evidente para os nossos ancestrais e este era, até então,
o único modo de se explicar a dicotomia entre ambos. Capazes de gerar e manter
novas vidas, as mulheres detinham certa magia e poder sobre os homens: o
mistério da procriação as envolvia. Essa capacidade criadora era algo não só
inexplicável, como também de extrema importância, por ser o modo de perpetuar a
espécie. E essas primeiras sociedades estruturadas e mais estáveis, pelo fato
de estarem aprendendo a dominar técnicas da agricultura e pastoreio, tinham em
comum o culto à Grande Deusa, também conhecida por Mãe-Terra ou Pachamama[10].
A esse respeito a Profª Drª Lalada Dalglish explana, em poucas palavra, essa
relação:
Os vários povos primitivos que deixaram de
ser nômades e passaram a praticar a agricultura desenvolveram técnicas
artesanais com fins utilitários e ritualísticos. A terra, de onde brota a água
e alimento, passou a ser associada a fertilidade da mulher, que, por sua vez,
também podia gerar filhos; nasce aí o culto às "deusas da
fertilidade", associado ao ciclo das colheitas. Em todas as culturas por
onde apareceram, estas deusas votivas adquiriram diferentes nomes, mas possuíam
as mesmas intenções votivas associadas à fertilidade. (DALGLISH, 2006, p.22)
CONSIDERAÇÕES FINAIS:
Para entendermos a relação dos rituais, dos mitos
ligados ao fazer artístico da cerâmica e ao corpo feminino, é preciso que
olhemos para o mistério envolto as transformações que ambos (cerâmica e a
mulher) são capazes de se submeter, voluntária ou involuntariamente. Mesmo com
toda tecnologia e avanço da ciência, com inúmeras descobertas nos campos da
biologia, química, física, medicina, ainda são necessários dois seres (um homem
e uma mulher) para se formar um terceiro e este, por sua vez, necessita ser
acolhido em um ventre para se formar. As comunidades tribais, que lidam
diretamente com o plantio e caça para sua sobrevivência, que lutam entre si,
guerreando por terra, dependem da reprodução para se manterem. Afinal, qual
sociedade não vive dentro dessa ótica?
As comunidades tribais dependiam sobremaneira deste
papel reprodutor, gerador, agregador, mantenedor das mulheres, para continuarem
vivos. Essa capacidade criadora era algo não só inexplicável, como também de
extrema importância, visto que este era o único modo de perpetuar a espécie.
Diz Joseph Campbell [11]
que até recentemente, papel social da mulher era de garantir a preservação da
nossa espécie - a relação do homem com essa função era quase inexistente. "E, à maneira dos homens primitivos, a
função do macho nessa sociedade é preparar e preservar um ambiente no qual a
fêmea possa gerar os espécimes futuros." Fica evidente a diferenciação dos
papéis de cada um. "E seus corpos são distintamente adequados para
desempenhá-los." (CAMPBELL, 1990 b, p.8 e 9) A importância da mulher nas
sociedades ancestrais era também ressaltada pela ideia de associação do
nascimento dos frutos (na agricultura) com o nascimento dos filhos (na
procriação). Essas sociedades mais estruturadas e estáveis, pelo fato de
estarem aprendendo a dominar técnicas de agricultura e pastoreio, tinham em
comum o culto à Grande Deusa. Campbell compara o poder de procriação da mulher
na era pagã, ao mesmo poder gerador existente no reino vegetal: "A mulher
dá a luz, assim, como na terra se originam as plantas. A mãe alimenta como o
fazem as plantas. Assim, a magia da mãe e a magia da terra são a mesma coisa.
Relacionam-se." O autor afirma que a "personificação da energia que
dá origem às formas e as alimenta é essencialmente feminina. A Deusa é o
próprio universo. Tudo quanto você vê, tudo aquilo em que possa pensar, é
produto da Deusa." (CAMPBELL, 1990 b, p. 177)
As mulheres não eram responsabilizadas por sua
gravidez em povos que mantinham tais crenças, ou seja, de que a gravidez não dependia da relação
sexual humana. Simone de Beauvoir afirma que nesse período era desconhecida a
participação do pai na procriação, pois apenas a mãe gerava em seu ventre a
criança e, depois de parida, era ela quem amamentava e nutria os filhos,
garantindo assim, a perpetuação do clã. "Com, efeito, os povos primitivos
não acreditam que o homem tenha alguma importância na reprodução" alguns,
inclusive, acreditavam que o papel do homem na relação sexual era apenas o de
romper o hímen para dilatar a passagem ao verdadeiro agente semeador: os raios
lunares. [12] Se a mulher engravidasse era sempre por um
motivo externo a ela, talvez pela ação da lua, por ter ingerido determinado
alimento, ou por algo místico. O fato de elas poderem procriar não tinha
relação com o ato sexual. Em sociedades ancestrais como essas que estamos considerando,
não existia nenhuma restrição à relação sexual, de maneira que a conexão entre
a gravidez e o sexo poderia nem ser relacionado. E como a duração exata da
gravidez foi conhecida apenas em um estágio de cultura muito mais recente, era
plausível que nossos antecessores não relacionassem esses fatos. Para Getty
(1997) "não existiam filhos ilegítimos nem mulheres 'marcadas', porque não
se atribuía valor nenhum à paternidade. 'O filho de um é filho de todos', como
dizem os Ibos da África em certos cânticos." (ALMEIDA, 2009, p. 37
e 38)
Deste modo, não é difícil entender como e porque as
culturas ancestrais valorizavam e cultuavam amplamente o universo feminino.
Eram desconhecidos tanto os processos de germinação da semente quanto a
gestação na mulher, logo, não seria estranho que se atribuíssem às mulheres
poderes místicos e sagrados, também ligados a terra. Assim como a argila que é maleável e se
transforma durante o processo de modelagem até torna-se completamente rígida
depois da queima (transmutação pelo fogo), a mulher passa mensalmente por
transformações desde que entra em sua primeira lua (menstruação) e nas
alterações graduais de seu corpo durante a gravidez. Portanto, podemos
considerar ser plausível a relação ritualística e mítica entre a cerâmica
e a mulher.
De fato, sabemos que por meio da tradição
oral os mitos e ritos são perpetuados e as sociedades são regularizadas. Sob
esta ótica, podemos afirmar que este é também um modo de educação não formal.
BIBLIOGRAFIA:
Livros
CAMPBELL, Joseph. O
poder do mito. São Paulo: Palas Athena, 1990 b.
DALGLISH, Ladada. Noivas
da Seca: cerâmica
popular do Vale do Jequitinhonha. São
Paulo: Editora da UNESP, 2006.
HOUAISS, Antonio (1915-1999) e VILLAR, Mauro de
Salles. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, elaborado no instituto Antonio
Houaiss de Lexicografia e Banco de Dados da Portuguesa S/C Ltda. – Rio de
Janeiro: Objetiva, 2001.
LÉVI-STRAUSS, Claude. A Oleira Ciumenta;
tradução de José António Braga Fernandes Dias. Lisboa: Edições 70, 1985.
MINDLIN, Betty. Moqueca de maridos, mitos eróticos. Betty Mindlin e narradores
indígenas. Rio de Janeiro: Record, 1997.
Teses e dissertações
ALMEIDA, Flavia Leme de. MULHERES RECIPIENTES: recortes poéticos do universo feminino nas artes
visuais. São Paulo, 2009 - 350
páginas. Dissertação - Mestrado, Instituto de Artes da Universidade Estadual
Paulista - UNESP. Orientadora: Profª Drª Geralda Mendes F. S. Dalglish
(Lalada). Palavras-chave: Cerâmica- Deusas da fertilidade; Arte Contemporânea;
Mulheres Artistas; Movimentos Feministas; Cerâmica.
SANTOS, Regina Maria dos. Os discursos sobre a mulher
entre o sagrado e o profano. OPSIS-Revista do NIESC, vol. 6, 2006.
Disponível em: www.catalao.ufg.br/historia/revistaopsis/arqpdf/OPSIS2006.pdf.
VIDAL, Jean-Jacques
Armand. A ceramica do povo Paiter Suruí de Rondônia: continuidade e mudança
cultural, 1970-2010. São Paulo, 2011. 142 f. Dissertação - Mestrado, Instituto de
Artes da Universidade Estadual Paulista - UNESP. Orientadora: Profª Drª Geralda
Mendes F. S. Dalglish (Lalada). Palavras-chave: Cerâmica; Suruí. Rondônia;
Artesanato.
VOLPATTO,
Rosane. Pachamama, a Deusa de toda a vida. Disponível em: http://rosanevolpatto.trd.br/Pachamama.html
|Flavia Leme
|Flavia Leme de Almeida
|São Paulo, SP | 1978
|Vive
e trabalha em São Paulo
|Currículo Lattes:
|+ 55 11 994563333
Resumo
das qualificações
Doutoranda em Artes
Visuais na Linha de Pesquisa Processos e Procedimentos Artísticos pela
Universidade Estadual Paulista - Instituto de Artes pelo Instituto de Artes da
UNESP. Mestre e Bacharel em Artes Visuais pela mesma instituição. Tem
experiência na área de Artes, com ênfase em Cerâmica. Sua pesquisa está voltada
para as mulheres artistas que enfocam o universo feminino como mote para
desenvolverem suas produções artísticas. A cerâmica é o suporte principal da
sua obra plástica. Atua profissionalmente no Sesc São Paulo como animadora
cultural na área de Artes Visuais e Oficinas de arte. Ministra voluntariamente
aulas de cerâmica na UNATI - Universidade Aberta à Terceira Idade no Instituto
de Artes da UNESP.
Formação Acadêmica
2014/2018 - Doutoranda
em Arte (conceito
CAPES 5) |Universidade
Estadual Paulista - Instituto de Artes - UNESP
2007/2009 - Mestrado em Artes Visuais |Universidade
Estadual Paulista - Instituto de Artes - UNESP 2000/2003
- Graduação Bacharelado em Artes
Plásticas| Universidade
Estadual Paulista - Instituto de Artes - UNESP
1996/1998
- Arquitetura e Urbanismo |Universidade
São Marcos -SP
Publicação
Livro
Digital – Mulheres
Recipientes: Recortes poéticos do universo
feminino nas artes visuais
http://www.culturaacademica.com.br/catalogo-detalhe.asp?ctl_id=148
Exposições Coletivas
2013 -ARTE 117 CERÂMICA: A ARTE DO FOGO |Centro
Cultural Geraldo Pereira Bragança Paulista- SP
2010 - 3º SALÃO NACIONAL DE CERÂMICA | Museu Alfredo Andersen– PR
2009 - 2º SALÃO NACIONAL DE CERÂMICA | Museu Alfredo Andersen– PR
2003 - 3º SALÃO DE ARTE DO GRANDE ABC | Espaço
Henfil de Cultura SBC - SP
2003 - COTADATERRA | FUNARTE – SP
[1] Flavia Leme de Almeida; São Paulo, Brasil; 15/03/1978; Graduação em
Bacharelado em Artes Plásticas pelo Instituto de Artes da UNESP; Mestre em
Artes Visuais com ênfase em Cerâmica pelo Instituto de Artes da UNESP;
Doutoranda em Artes Visuais com ênfase em Cerâmica pelo Instituto de Artes da
UNESP sob a orientação da Profª Drª Geralda Mendes F. S.
Dalglish (Lalada); Professora
voluntária de Cerâmica na UNATI (Universidade Aberta à Terceira Idade) - UNESP;
flalemeal@gmail.com; Este artigo é parte da pesquisa de mestrado e
doutorado da autora – faz-se necessário informar que as informações oriundas do
mestrado já foram publicadas e estão devidamente sinalizadas no texto.
[2] Segundo o antropólogo francês Claude Lévi-Strauss existem
apenas algumas
poucas comunidades tribais onde a cerâmica é feita pelos homens "Caso raro, mas
não único na América do Sul, entre os Urubu, Tupi do Maranhão, a cerâmica é uma
tarefa masculina. [...] Sem pretender remontar às origens, o fato é que, na
América, o mais freqüente é a cerâmica ser uma tarefa feminina." (LÉVI-STRAUSS, 1985, p. 38).
[3] LÉVI-STRAUSS, Claude. A Oleira Ciumenta; tradução de José António Braga
Fernandes Dias. Lisboa: Edições 70, 1985.
[4]
DALGLISH, Ladada. Noivas da Seca: cerâmica popular do Vale do
Jequitinhonha. São Paulo: Editora da UNESP, 2006.
[5] MINDLIN, Betty. Moqueca de maridos, mitos eróticos. Betty
Mindlin e narradores indígenas. Rio de Janeiro: Record, 1997.
[6] Almeida, Flavia Leme de. MULHERES
RECIPIENTES: recortes poéticos do universo feminino nas artes visuais. São Paulo, 2009 - 350 páginas. Dissertação
- Mestrado, Instituto de Artes da Universidade Estadual Paulista - UNESP.
Orientadora: Profª Drª Geralda Mendes F. S. Dalglish (Lalada). Palavras-chave:
Cerâmica- Deusas da fertilidade; Arte Contemporânea; Mulheres Artistas;
Movimentos Feministas; Cerâmica.
[7] Os Jivaro são uma tribo
localizada na fronteira entre o Equador e o Peru, nas encostas orientais dos
Andes e em seu sopé. São conhecidos pela
antiga arte de "encolher cabeças" - arte atualmente não mais
praticada. (LÉVI-STRAUSS, 1985, p.21)
[8] Chicha s.f.1. bebida alcoólica, geralmente feita
com mandioca, mel e água, mas também com milho ou frutas fermentados.[...]
‘espécie de cerveja da América do Sul e da América Central feita principalmente
de milho fermentado’, em muitos países da América Latina; no México, ‘aguardente
de cana’, prov. de chichah (co-pah) [...]. HOUAISS, Antonio
(1915-1999) e VILLAR, Mauro de Salles. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa,
elaborado no instituto Antonio Houaiss de Lexicografia e Banco de Dados da
Portuguesa S/C Ltda. – Rio de Janeiro: Objetiva, 2001. p. 699
[9] MINDLIN, Betty. Moqueca de maridos, mitos eróticos. Betty
Mindlin e narradores indígenas. Rio de Janeiro: Record, 1997.p. 119 a
121
[10] Nas Américas pré-colombianas, "Pacha
significa tempo na língua Kolla, mas seu significado engloba o universo,
o mundo, o tempo, o lugar, enquanto que Mama é mãe. A Pachamama é
adorada em suas várias formas: os campos arados, as montanhas como seios e os
rios caudalosos como seu leite. Refere-se, também, ao tempo que cura as dores,
que distribui as estações e que fecunda a Terra." Sua popularidade era
imensa, principalmente para as populações rurais isoladas nas montanhas, que
dependiam exclusivamente da natureza para subsistência. VOLPATTO, Rosane. Pachamama,
a Deusa de toda a vida. Disponível em: http://rosanevolpatto.trd.br/Pachamama.html.
[12]
BEAUVOIR, 1987 apud SANTOS, Regina Maria dos. Os discursos sobre a mulher entre o
sagrado e o profano. OPSIS-Revista do NIESC, vol. 6, 2006. Disponível em: www.catalao.ufg.br/historia/revistaopsis/arqpdf/OPSIS2006.pdf.
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